sábado, 2 de abril de 2011

FILOSOFANDO NA PRAÇA III

FILOSOFANDO NA PRAÇA – III

 

 

     Todos voltaram no próximo encontro.

     O professor de Filosofia foi logo afirmando. “É habitual dizer que Filosofia tem a inocência de uma criança. Sabem por quê? A criança não tem barreira mental e conserva a riqueza emocional”. O escritor pediu que o grupo se integrasse no pensamento filosófico. “Afinal, filosofar é questionar todos os problemas que nos defrontamos diante do mundo”.  A menina da Efoati afirmou que: “Observo pessoas que gostam de filosofar e às vezes se tornam inoportunas e passam a ser discriminadas, parece que vivem no mundo da lua”. O professor de Educação Física argumentou: “A rejeição da obrigatoriedade do ensino da Filosofia nas escolas teve como desculpa, ser uma disciplina que iria onerar mais o Estado e não tão necessária quanto às outras matérias”. O escritor, um veterano no caminho do conhecimento humano, esclareceu que: “A Filosofia é a mais nobre área do saber”. O filósofo é indesejável quando questiona o modo de ser das coisas, da política da ética da estética, da tecnologia etc. É quando ela é vista como perigosa e subversiva. O professor de Filosofia acrescentou: “Lembramos a terrível condenação de Sócrates, séc. V a.C por conduzir jovens à reflexão, o que provocaria risco de mudar a cultura da época. Proibidas foram as leituras sobre o socialismo de Karl Marx, no Brasil, pós/64. Subversivos foram considerados os seus adeptos, os seus simpatizantes que sofreram torturas nas prisões só porque pensaram diferente dos interesses políticos do país. Quantas  vidas interropidas, mutiladas, traumatizadas só porque ousaram pensar, e idealizar um país diferente, mais justo e harmonioso e lutaram por uma utopia: a igualdade social”. A arquiteta, muito atenta, complementou: “Sócrates só fazia uso da oratória incentivando que cada um descobrisse a luz  do seu próprio pensamento, foi condenado à morte. Que mal pode fazer aquele que apenas usava da oratória para ensinar?”. O professor de Educação Física, jovem emocionado falou: “Somos seres em evolução e lutamos para alcançar o sentido maior de vida. Estou consciente de que a vida só tem valor quando acreditamos que vale a pena lutar e buscar mais luz para a humanidade”. O professor de Filosofia entusiasmado com o interesse do grupo lembrou fatos históricos como da inquisição, o domínio do cristianismo, da Ordem Secreta dos Templários que tiveram seus templos queimados e os seus adeptos decapitados, acusados de renderam culto à Satanás e outras idolatrias. Só mais tarde foi reconhecido que as acusações eram infundadas, um grande equívoco.

        Dando por encerrado o encontro, ficou marcado o próximo  encontro.    

                                                                                             X

 

 

 

 

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